plano de recuperação e resiliência
Depois de nove meses de obras de requalificação e modernização no âmbito do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência, o Teatro Camões é hoje um espaço renovado, modernizado, com melhores condições de trabalho, mais sustentável, mais acessível e mais humano. A Companhia Nacional de Bailado regressa à sua casa em plena celebração com o seu público.
Microsite
nova luz para o teatro camões
Recuperar o Teatro Camões, um verdadeiro teatro nacional e em pleno funcionamento, foi um grande desafio a todos os níveis.
Criado em 1998 para a EXPO 98, cedo se decidiu que seria a casa da Companhia Nacional de Bailado e para essa nova funcionalidade foi sofrendo ao longo dos anos adaptações para as necessidades de uma companhia profissional permanente que se vieram a mostrar insuficientes e que décadas de uso, acumularam degradação e desadequação às exigências dos nossos tempos.
O programa da intervenção era claro e muito exigente. O prazo de execução da obra, de um ano, era um grande desafio.
Por um lado, a recuperação e reabilitação de um edifício emblemático e simbólico da malha urbana moderna da cidade de Lisboa obrigou a novas e exigentes alterações nas condições de segurança; à introdução de equipamentos técnicos modernizados e a melhorias ao nível das infraestruturas e especialidades – cumprindo objetivos e requisitos legais ao nível da sustentabilidade, eficiência e acessibilidades; obrigou também a um plano de desinstalação total de pessoas e bens e à sua acomodação em outros espaços geridos pelo OPART (Teatro Nacional de São Carlos, Estúdios Victor Córdon e armazéns próprios), para garantir que a atividade não parava. E não parou.
Por outro lado, um elevado sentido de gestão de expetativas era prioritário nesta intervenção: a melhoria das condições de trabalho das várias equipas, que ao longo dos anos muito se degradaram e obrigavam a uma manutenção corretiva permanente mas nunca suficiente, levou-nos a um constante compromisso norteado pelo equilíbrio orçamental.
Ao programa detalhado das deficiências existentes e a corrigir, foi fundamental olhar para o edifício, caraterizar a sua atividade e dotá-lo de inteligência funcional, acrescentando a modernização necessária e integrando novos espaços fundamentais para profissionais da dança, para que o bem-estar diário e o desempenho das funções das várias equipas artísticas, administrativas e técnicas fossem uma mais-valia desta intervenção.
Um ginásio para manutenção, uma sala de recuperação física, um espaço de descanso entre ensaios, um espaço de arquivo, uma sala de reuniões e salas de costura e guarda-roupa, são algumas das novidades desta intervenção.
Para o público do Teatro Camões, o retorno é visível: mais conforto e bem-estar, melhores serviços de proximidade, acessibilidades garantidas e novos equipamentos técnicos para uma melhor fruição artística e um regresso pleno à casa da CNB.
Conceição Amaral
O Edifífcio
O Edifício
Construído nos anos de 1997-1998, no âmbito da Exposição Universal de Lisboa 98 (Expo’98), o Teatro Camões é da autoria do gabinete de arquitetura Risco, sob a direção do arquiteto Manuel Salgado. O edifício tem uma presença forte e simbólica nesta zona da cidade, dedicada ao lazer e à fruição dos espaços verdes. Debruçado sobre o Tejo, o Teatro desfruta de uma vista magnífica ao longo do Passeio do Neptuno e da frescura do Jardim da Água, que lhe fica ao lado.
A sua composição arquitetónica é simples e dá continuidade aos materiais do espaço público, o que é visível no arranjo exterior junto ao passeio ribeirinho.
Em 1999, após a Expo’98 o edifício foi ampliado por forma a dotá-lo de condições para a instalação da sede da Orquestra Sinfónica Portuguesa, sediada no Teatro Nacional de São Carlos.
Em 2003 tornou-se a sede da Companhia Nacional de Bailado, sendo desde essa data o local de trabalho de uma vasta equipa artística, administrativa, técnica (de cerca de 110 pessoas) e um local de apresentação regular de espetáculos de dança e de outros eventos.
No entanto, o Teatro nunca teve as alterações necessárias, quer ao nível dos espaços de trabalho quer das condições para o desempenho profissional de um elenco de bailarinos nem das diferentes equipas que ali trabalham diariamente.
É a essas necessidades que o investimento agora feito, através do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência vem agora dar resposta.
O edifício tem uma presença forte e simbólica na zona da cidade onde se insere e é hoje uma referência no panorama nacional das artes performativas.
Construção
1997 – 1998
Inauguração
1998 (Expo’98)
Projeto
Atelier Risco
Direção do projeto de arquitetura
Arquiteto Manuel Salgado
Ampliação
1999
Principais patologias do edifício
O Teatro Camões encontrava-se num elevado estado de degradação, exterior e interior, com fragilidades estruturais ao nível da cobertura, com infiltrações de água severas, sujidade e degradação dos revestimentos ao nível dos alçados exteriores, da climatização e da rede de água e esgotos.
A este estado de degradação do edifício juntavam-se as diversas debilidades ao nível da maquinaria de cena, ainda dependente de sistemas manuais que obrigava a longos tempos de montagem e sistemas de som e iluminação de cena com equipamentos em fim de vida útil e desadequados para as exigências das produções atuais.
Principais patologias e condicionantes do edifício:
Degradação acentuada do edifício;
Condições de segurança de pessoas e bens deficitárias;
Condições de trabalho desadequadas;
Níveis de conforto reduzidos;
Tecnologia de cena desatualizada;
Custo de manutenção elevado;
Eficiência energética reduzida;
Acessibilidades desadequadas.
Colocam-se assim como objetivos do investimento a requalificação geral do edifício e aberturas de luz natural; a melhoria das condições de trabalho para bailarinos e restantes equipas; a modernização dos equipamentos técnicos; uma maior e melhor utilização do espaço; a melhor fruição pelo público e a melhoria da eficiência energética.
Galeria
Áreas de intervenção
REQUALIFICAÇÃO
DO TEATRO
Recuperação geral do edifício da cobertura e dos alçados exteriores;
Requalificação dos terraços para permitir a sua utilização;
Instalação de iluminação exterior arquitetural (em fase de conclusão);
Requalificação do sistema de AVAC, de SCIE (Segurança Contra Incêndios e Edifícios) e do sistema de águas residuais;
Intervenção de segurança na fachada principal envidraçada;
Renovação dos camarins e instalações sanitárias;
Novo sistema de gestão técnica centralizada.
CONDIÇÕES
DE TRABALHO
Reabilitação de gabinetes, camarins, estúdios, oficinas e espaços comuns);
Requalificação do espaço da cantina;
Construção de sala de recuperação física para bailarinos;
Criação da “green room”, uma sala de descanso e bem-estar;
Novos espaços de trabalho: arquivo, costura e serviço educativo;
Criação de ginásio para manutenção dos bailarinos;
Iluminação natural dos espaços de trabalho;
Climatização geral do edifício;
Melhoria dos espaços exteriores.
MODERNIZAÇÃO
Novo sistema de iluminação LED;
Aquisição de novos equipamentos técnicos de som, vídeo e
iluminação;
Requalificação e modernização de equipamentos de maquinaria de cena (em fase de conclusão);
Modernização do sistema de climatização;
Rede estruturada de comunicações.
SUSTENTABILIDADE
Tratamento térmico da fachada;
Substituição e transformação da iluminação para sistema LED;
Maior aproveitamento da luz natural;
Modernização do sistema de águas residuais;
Menores custos de manutenção;
Cumprimento dos critérios do programa ECO.AP 2030.
FRUIÇÃO DO PÚBLICO
Requalificação da zona pública (criação de loja e renovação do bar/cafetaria);
Requalificação geral da sala principal;
Melhoria dos espaços exteriores;
Acessibilidades totais no acesso físico;
Novo sistema de climatização;
Novo projeto de sinalética e comunicação visual;
Nova rede wi-fi em todo o edifício (em fase de conclusão);
Novo mobiliário na zona pública.
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Galeria
Projeto
Arquitetura
Atelier
RISCO
Projetistas e Consultores de Design, S.A.
Coordenador de projeto
Arq.º Tomás Salgado
Arquiteta
Arq.ª Cristina Picoto
empreitada
Consórcio
CARI Construtores S.A.
Domingos da Silva Teixeira S.A.
Investimento
Medida
Investimento RE-C04-i02 – Património Cultural, implementação da Medida C04-i02-m02 – Requalificação dos Teatros Nacionais
Investimento global
5.894.175,00€
Projeto de arquitetura e especialidades
355.797,00€
Empreitada
3.500.000,00€
Investimento em equipamentos e modernização
1.700.000,00€
Outros serviços
338.378,00€
A Companhia não parou.
Durante o encerramento do Teatro Camões, a Companhia Nacional de Bailado nunca parou o seu trabalho e a sua programação.
O trabalho diário da Companhia realizou-se nos Estúdios Victor Córdon e no Teatro Nacional de São Carlos. A Companhia apresentou produções no Teatro Nacional de São Carlos, em território nacional e internacional.
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Período de obra e o regresso das equipas ao Teatro Camões pelo olhar de Graça Castanheira.
Cronograma
2022
1.º trimestre
Assinatura contrato PRR
2º trimestre
Adjudicação de projeto de obra à RISCO
4º trimestre
Projeto de execução e especialidades
2023
2º trimestre
Lançamento de concurso de empreitada (foram realizados 2 concursos)
Julho
Encerramento do Teatro ao público
4º trimestre 2023
Adjudicação da obra à CARI Construtores
2024
1º trimestre
Início da obra
9 de setembro
Regresso das equipas ao Teatro e finalização da obra
Final 3º trimestre
Receção da obra
Objetivos e orçamento cumpridos
17 de outubro
Reabertura ao público
Por fim, as muito esperadas obras de renovação do Teatro Camões aconteceram! Danço neste Teatro quase desde o início da minha carreira e vi o tempo castigar muito as suas paredes. Antes das obras, havia humidade e chovia nos corredores, entre outras situações. Podemos agora desfrutar de uma sala de estar (green room) e temos um ginásio para reforçar o nosso trabalho. Sabendo que há excelentes companhias de dança que não têm nenhuma destas coisas, faz-me
sentir que avançámos um passo de gigante na melhoria das condições de trabalho, não só para os bailarinos como também para outras equipas da CNB, que finalmente têm espaço para realizarem o seu trabalho!
Deixo, claro, o melhor para o fim: o estúdio superior tem janelas com acesso para um terraço, o que nos permite respirar ar fresco e ver o sol quando queremos e podem- os! As pessoas ficam mais felizes, não é?
Filipa de Castro
Bailarina Principal, CNB
Como novo bailarino nesta temporada, é uma experiên- cia emocionante fazer parte da Companhia Nacional de Bailado, especialmente num momento tão transformador, com a renovação do Teatro Camões. Embora não tenha uma referência do seu estado anterior, é evidente o cuida- do e o investimento para melhorar as suas condições e já se prevê o impacto positivo dessas mudanças no dia-a- dia de trabalho dos artistas. Uma das melhorias mais evi- dentes é o acesso direto do estúdio superior a um terraço, tornando o trabalho mais agradável, numa área dotada de luz natural. Este contacto com o exterior oferece ainda momentos de pausa e descontração, o que contribui para um ambiente de trabalho mais leve e inspirador.
Outro avanço promissor é o novo espaço destinado ao ginásio. Promete ser um local onde poderemos trabalhar de forma individual as nossas necessidades específicas, ajudando no aperfeiçoamento das nossas capacidades físicas e na prevenção, ou recuperação, de possíveis lesões, junto de uma equipa especializada.
Apesar dos inevitáveis desafios associados ao início de uma temporada de trabalho com obras em curso, a sen- sação de progresso é tangível. Estou ansioso por ver o resultado final e acredito que o Teatro Camões será um espaço ainda mais acolhedor e funcional para o desen- volvimento do nosso trabalho artístico, proporcionando também ao público uma experiência cultural inesquecível.
Bernardo Costa
Bailarino de Corpo de Baile, CNB
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